sexta-feira, 11 de abril de 2014

TRAGÉDIA ANUNCIADA - FOTO: JOSÉ FEITOSA

Segund
o moradores das redondezas do Moínho Motrisa, a estrutura de concreto dos silos de trigo já apresentavam rachaduras e como providências a diretoria da indústria de beneficiamento de trigo, apenas realizava reparos paliativos. Agora com o desabamento de uma das torres de armazenamento de trigo, os moradores e comerciantes daquela área esperam que as autoridades exijam que a Motrisa resolva de vez os problemas nas estruturas física do imóvel, para que seja evitado um acidente de maiores proporções.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

SANTA RITA X CORURIPE

Jogo: Santa Rita 03 x 01 Coruripe pelo Campeonato Alagoano, partida realizada no Estádio Olival Elias de Morais em Boca da Mata/Alagoas. FOTO: JOSÉ FEITOSA

quinta-feira, 9 de maio de 2013

O PERCURO

div align="justify">Aquele não era um dia qualquer para o pequeno Vicente, de nove anos de idade. Era um dia muito especial, pois, tinha novidades para contar à todos os amigos da escola, começando pela sua turma. A ansiedade estava explícita nos seus olhos ajaboticabados e de um negro cintilante, que naquela manhã brilhavam bem mais do que nos outros dias; detalhe que não passou fora da observação da sua professora, a tia Rosaly, como era carinhosamente chamada pelos seus alunos.

Dificilmente, o menino chegava triste na escola, apesar de levar uma vida cheia de dificuldades e privações, dividindo com os pais e mais três irmãos o apertado espaço de um pequeno barraco coberto com telha de amianto e com as paredes construídas em taipa e restos de madeiras de construção, erguido numa das encostas da periferia da capital alagoana. mas ele gostava muito do convívio na escola, era onde tinha amigos e espaço para brincar. Só que a alegria do menino, naquela manhã quente de novembro, era totalmente diferente do que a professora e os coleguinhas estavam acostumados a ver. O Vicente estava inquieto e falante demais e para não atrapalhar a aula, a tia Rosaly resolveu tomar conhecimento do motivo de tanta excitação do garoto.

Era só o que ele estava esperando, uma oportunidade para começar a contar a sua novidade de forma coletiva, que era mais producente, porque na hora do recreio teria de contar aos pingados. E iniciou o relato da seguinte forma:

- Tia a gente lá de casa não precisa mais ir ver televisão na casa do seu Márcio Batista, meu pai ontem acabou com essa história.
- Como assim, indagou a professora.
- É que meu pai ganhou um dinheirinho e foi lá no mercado de Maceió e comprou uma tv e um percuro, agora desde ontem a noite a gente assiste a novela na nossa casa e na nossa televisão, com o percuro ligado.
- Mas afinal de contas, o que é o percuro, quis saber a tia.
- Como a tia não sabe? arregalou os olhos e sorriu com ar de dominador da situação e mandou ver:
- É aquele negócio que roda fazendo vento e sai percurando a gente prum lado e pra outro.

A partir daquele dia a professorinha ficou sabendo que para o pequeno Vicente, o nome do ventilador que gira é percuro, e, acrescentou mais uma palavra no seu vocabulário.

sexta-feira, 5 de março de 2010

MULHER

Zé da Feira (do livro Terra de Canto e Viola)

Mulher que trabalha plantando o roçado,
O corpo suado, da lida pesada.
Sepultando na terra a semente da vida,
Mãos grossas, feridas pelo cabo da enxada!

Mulher que na noite, não conhece o descanso,
Gestos lentos e mansos alimenta a esperança;
De ver o seu filho, um dia ir à escola,
Correr, jogar bola, como toda criança!

Mulher que ainda tem de driblar sua dor,
Para entregar com “ardor”, o seu corpo ferido;
Aos carinhos grosseiros, às vezes impostos,
Entre mágoas e desgostos, ao insensato marido!

Mulher resistente, invencível guerreira,
Fiel companheira do amor e da fé;
Esteio mais firme desta imensa nação,
É esta a razão que te faz ser mulher!

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

A LUA, A MULHER E O MAR

Zé da Feira(do Livro: Terra de Canto e Viola)


A lua cheia desponta de dentro do mar,
Brilhante a espalhar, nas águas seu manto;
As estrelas quietas brilham no infinito,
Momento bonito de mágico encanto!

As pedras nas águas, molhadas e nuas,
Banhadas de lua e beijadas de mar;
Esculturas morenas, que brotam prateadas,
Onde a sereia encantada, canta o amor ao luar!

Da varanda observo um vulto mulher,
Imóvel, de pé, contemplando a paisagem.
Parecendo até, da areia esculpida,
Como deusa nascida de um sonho ou miragem!

O vento que sopra em forte açoite,
Arejando a noite, seus cabelos, assanha.
Do mar só se ouve a doce melodia...
Tudo é poesia de beleza tamanha!

O horizonte do mar encostado no céu,
Iluminado com o véu da lua mais bela;
Delineia o perfil da mulher na certeza,
De ampliar a beleza do luar, com a dela!

A noite avança, mas airosa e cheia,
A lua passeia, continuando a espalhar;
O seu manto prateado de luz e magia,
Cobrindo de poesia, a mulher e o mar!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

O ORIUNDO

A platéia xingava, aplaudia, vaiava e gritava palavras nada apropriadas para um programa de televisão exibido num horário, classificado pelas emissoras de TVs, como nobre.

O público presente naquele auditório/estúdio parecia estar, de fato, nas arquibancadas de um circo de terceira categoria, em cujo picadeiro estava sendo encenado um “drama”, nada dignificante para os principais personagens daquele espetáculo e muito menos para os telespectadores, que talvez, iguais a mim, paravam acidentalmente, naquele canal por alguns instantes, o necessário para assistir o maior conteúdo de baixarias já exibido pela televisão brasileira.

O cara que apresentava o programa se exibia com um cassetete na mão, de vez em quando, dava bordoadas em cadeiras e mesas que encontrava pela frente gritando de cara cheia na tela: “aqui o pau come”. A platéia ia ao delírio, dava até pra imaginar as placas orientando o público para cada reação, ou talvez fosse tudo espontâneo mesmo. Não duvido nada.

Eu estava sintonizado de verdade, no Programa do Ratinho, na época em que o cara era o dono do horário, não perdia pra ninguém. Era o campeão da baixaria da TV brasileira. Atualmente, infelizmente, tem vários seguidores (as).

Mas, voltemos a nossa história. Os personagens principais eram um casal jovem ainda, beirando os trinta anos. Eles trocavam acusações e diziam impropérios um para outro, o maior repertório de palavrões que eu já ouvi, e, que é pior; aquele palavreado era como se fosse a coisa mais natural do mundo e acredito que deveria ser, tanto para eles, como para a platéia, que incitava os dois a partirem para a agressão física. O que, aliás, era cena quase que obrigatória naquele programa de TV.

Vou tentar reproduzir algumas frases daquela discussão para contar mais ou menos o que aconteceu durante os poucos minutos que fiquei sintonizado no programa.

O sujeito que aquela altura dos acontecimentos, já podia ser classificado como ex-marido dizia: - Olha seu Ratinho, essa mulé e feia demais, não sei que cachaça da peste eu tomei pra enxergar essa gota serena.

Ela respondeu até mesmo antes dele concluir: Feio és tu cabeça de cururu do brejo, ladrão de esmolé, cabuêta de rapariga.

Ele – Eu te deixei, desgraçada, porque tu num vale nada, nem pra puta tu serve.

Ela - Tás querendo se exibir num é? Mais todo mundo te conhece lá na Praça da Sé, gigolô de viado, cabra sem moral, tua cabeça só tem gaia. Isso sim, tu leva muita.

Ele – Cala atua boca, que tu só serve pra dar susto em lobisomem.

Ela – Mais não sou que nem você, que todo mundo que te conhece sabe que tu não passa de um cabra safado e oriundo!

Essa foi a deixa pra começar o festival de troca de tapas e empurrões em pleno programa, cujo apresentador acionou os seguranças, seja, a turma do deixa disso, que já estava pronta pra intervir e separar o ex-casal? Enquanto ele era contigo gritava a plenos pulmões: Oriundo é você e sua mãe que também é igual a você. Você pode me chamar de tudo, menos de oriundo, porque oriundo é você e sua laia.

Depois dessa eu mudei de canal e nunca mais tive a curiosidade de sintonizar naquele programa de TV.