A platéia xingava, aplaudia, vaiava e gritava palavras nada apropriadas para um programa de televisão exibido num horário, classificado pelas emissoras de TVs, como nobre.
O público presente naquele auditório/estúdio parecia estar, de fato, nas arquibancadas de um circo de terceira categoria, em cujo picadeiro estava sendo encenado um “drama”, nada dignificante para os principais personagens daquele espetáculo e muito menos para os telespectadores, que talvez, iguais a mim, paravam acidentalmente, naquele canal por alguns instantes, o necessário para assistir o maior conteúdo de baixarias já exibido pela televisão brasileira.
O cara que apresentava o programa se exibia com um cassetete na mão, de vez em quando, dava bordoadas em cadeiras e mesas que encontrava pela frente gritando de cara cheia na tela: “aqui o pau come”. A platéia ia ao delírio, dava até pra imaginar as placas orientando o público para cada reação, ou talvez fosse tudo espontâneo mesmo. Não duvido nada.
Eu estava sintonizado de verdade, no Programa do Ratinho, na época em que o cara era o dono do horário, não perdia pra ninguém. Era o campeão da baixaria da TV brasileira. Atualmente, infelizmente, tem vários seguidores (as).
Mas, voltemos a nossa história. Os personagens principais eram um casal jovem ainda, beirando os trinta anos. Eles trocavam acusações e diziam impropérios um para outro, o maior repertório de palavrões que eu já ouvi, e, que é pior; aquele palavreado era como se fosse a coisa mais natural do mundo e acredito que deveria ser, tanto para eles, como para a platéia, que incitava os dois a partirem para a agressão física. O que, aliás, era cena quase que obrigatória naquele programa de TV.
Vou tentar reproduzir algumas frases daquela discussão para contar mais ou menos o que aconteceu durante os poucos minutos que fiquei sintonizado no programa.
O sujeito que aquela altura dos acontecimentos, já podia ser classificado como ex-marido dizia: - Olha seu Ratinho, essa mulé e feia demais, não sei que cachaça da peste eu tomei pra enxergar essa gota serena.
Ela respondeu até mesmo antes dele concluir: Feio és tu cabeça de cururu do brejo, ladrão de esmolé, cabuêta de rapariga.
Ele – Eu te deixei, desgraçada, porque tu num vale nada, nem pra puta tu serve.
Ela - Tás querendo se exibir num é? Mais todo mundo te conhece lá na Praça da Sé, gigolô de viado, cabra sem moral, tua cabeça só tem gaia. Isso sim, tu leva muita.
Ele – Cala atua boca, que tu só serve pra dar susto em lobisomem.
Ela – Mais não sou que nem você, que todo mundo que te conhece sabe que tu não passa de um cabra safado e oriundo!
Essa foi a deixa pra começar o festival de troca de tapas e empurrões em pleno programa, cujo apresentador acionou os seguranças, seja, a turma do deixa disso, que já estava pronta pra intervir e separar o ex-casal? Enquanto ele era contigo gritava a plenos pulmões: Oriundo é você e sua mãe que também é igual a você. Você pode me chamar de tudo, menos de oriundo, porque oriundo é você e sua laia.
Depois dessa eu mudei de canal e nunca mais tive a curiosidade de sintonizar naquele programa de TV.
O público presente naquele auditório/estúdio parecia estar, de fato, nas arquibancadas de um circo de terceira categoria, em cujo picadeiro estava sendo encenado um “drama”, nada dignificante para os principais personagens daquele espetáculo e muito menos para os telespectadores, que talvez, iguais a mim, paravam acidentalmente, naquele canal por alguns instantes, o necessário para assistir o maior conteúdo de baixarias já exibido pela televisão brasileira.
O cara que apresentava o programa se exibia com um cassetete na mão, de vez em quando, dava bordoadas em cadeiras e mesas que encontrava pela frente gritando de cara cheia na tela: “aqui o pau come”. A platéia ia ao delírio, dava até pra imaginar as placas orientando o público para cada reação, ou talvez fosse tudo espontâneo mesmo. Não duvido nada.
Eu estava sintonizado de verdade, no Programa do Ratinho, na época em que o cara era o dono do horário, não perdia pra ninguém. Era o campeão da baixaria da TV brasileira. Atualmente, infelizmente, tem vários seguidores (as).
Mas, voltemos a nossa história. Os personagens principais eram um casal jovem ainda, beirando os trinta anos. Eles trocavam acusações e diziam impropérios um para outro, o maior repertório de palavrões que eu já ouvi, e, que é pior; aquele palavreado era como se fosse a coisa mais natural do mundo e acredito que deveria ser, tanto para eles, como para a platéia, que incitava os dois a partirem para a agressão física. O que, aliás, era cena quase que obrigatória naquele programa de TV.
Vou tentar reproduzir algumas frases daquela discussão para contar mais ou menos o que aconteceu durante os poucos minutos que fiquei sintonizado no programa.
O sujeito que aquela altura dos acontecimentos, já podia ser classificado como ex-marido dizia: - Olha seu Ratinho, essa mulé e feia demais, não sei que cachaça da peste eu tomei pra enxergar essa gota serena.
Ela respondeu até mesmo antes dele concluir: Feio és tu cabeça de cururu do brejo, ladrão de esmolé, cabuêta de rapariga.
Ele – Eu te deixei, desgraçada, porque tu num vale nada, nem pra puta tu serve.
Ela - Tás querendo se exibir num é? Mais todo mundo te conhece lá na Praça da Sé, gigolô de viado, cabra sem moral, tua cabeça só tem gaia. Isso sim, tu leva muita.
Ele – Cala atua boca, que tu só serve pra dar susto em lobisomem.
Ela – Mais não sou que nem você, que todo mundo que te conhece sabe que tu não passa de um cabra safado e oriundo!
Essa foi a deixa pra começar o festival de troca de tapas e empurrões em pleno programa, cujo apresentador acionou os seguranças, seja, a turma do deixa disso, que já estava pronta pra intervir e separar o ex-casal? Enquanto ele era contigo gritava a plenos pulmões: Oriundo é você e sua mãe que também é igual a você. Você pode me chamar de tudo, menos de oriundo, porque oriundo é você e sua laia.
Depois dessa eu mudei de canal e nunca mais tive a curiosidade de sintonizar naquele programa de TV.
Um comentário:
Gostei da narrativa. Ainda bem que esse programa saiu do horário nobre. É triste ver como as pessoas são usadas e usadas pelo ridiculo. Gostei da reflexão Feitosa!
Beijos
(Alana Berto)
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