Quando a professora Rosaly me contou a história do percuro, eu achei que era brincadeira ou algum tipo de piada, mas realmente aconteceu com um dos seus alunos. O fato que vou relatar em seguida, também é verdadeiro e aconteceu com outro aluno da Tia Rosaly, o Carlos Eduardo, que para os de casa e os colegas é somente o Edu.
Há dias a professora vinha notando, uma dose acentuada de tristeza no comportamento do Edu. O menino se afastava da turma nas horas das brincadeiras e procurava se isolar dos demais, como se quisesse se refugiar de algo ou de alguém.
Como ele morava numa área considerada de alto risco com relação ao uso e tráfico de drogas, a professora começou a ficar preocupada com o comportamento do garoto que estava perto de completar onze anos de idade, presa fácil para ser conduzida ao mundo dos erros.
Depois de muitas tentativas, a Tia Rosaly conseguiu fazer com que o menino contasse pra ela, o que estava acontecendo ou o que fizeram a ele, para ter sido visto algumas vezes chorando escondido. Já faziam mais de duas semanas que o pequeno Edu tinha mudado completamente o seu comportamento.
- Sabe Tia, se eu fosse grande ia matar o seu Quitério...
- Você não deve nem pode pensar numa coisa dessas.
- Eu penso sim, disse ele choroso.
- O que foi que o seu Quitério te fez de tão ruim, pra você querer matá-lo?
- Ah Tia, ele esculhambou com a minha casa. Comigo num fez nada não, mas meu pai disse que ele fez com a minha mãe.
- Qualquer coisa que ele tenha feito de ruim a vocês tem que ser denunciada a policia. São as autoridades policiais que tem o dever de cuidar dessas coisas.
- Que polícia nada Tia, ninguém encontra ele não, meu pai já procurou que só e nada.
- Afinal, quem é esse seu Quitério?
- Ninguém sabe não, minha mãe jura pro meu pai que não conhece esse homem, mas meu pai num acredita nela e diz que vai embora de casa, mas quando encontrar seu Quitério vai matá-lo.
A professora querendo entender aquela história, cheia de juras de morte, possíveis traições e promessas de abandono de família, continuou sua conversa com o menino Edu, buscando mais detalhes que tornassem claro para ela, aquilo tudo.
- Então Edu, o que seu Quitério fez com a sua mãe?
- Ninguém sabe não. A gente só sabe o que o pai escutou o homem da prestação dizer.
- E o que tem o homem da prestação a ver com tudo isso?
- Oxente Tia, pois é ele que conhece o seu Quitério e foi ele quem fez fuxico lá em casa. Ele disse que voltava, mas nunca mais apareceu.
- E como é que sua mãe conheceu o homem da prestação?
- Porque comprou duas panelas a ele.
- E como botou o seu Quitério nessa história?
- Porque ele queria mais dinheiro da minha mãe e ela disse que não devia mais nada a ele.
- Mais dinheiro? Como assim?
- Ele disse que faltava ela pagar uma prestação e ela disse que pagou todas.
- Sim e depois?
- Aí foi quando começou a confusão, porque ele disse bem assim pra minha mãe: Se você não me pagar vai ficar por conta do seu Quitério. Meu pai ia chegando da rua e ouviu o homem falar isso e já foi logo puxando briga com mãe, dizendo que ela tinha que dizer quem era esse que ia pagar as contas dela.
- Ainda mais Tia, que lá na nossa casa ele não ficava mais enquanto ela não dissesse quem era esse tal de seu Quitério.
A professora respirou aliviada, pegou a mão do menino, fez um carinho de leve e disse: pronto Edu, eu tenho como esclarecer e resolver os problemas da sua casa.
- Então a Tia sabe que é o seu Quitério.
Ela respondeu: sei sim, mas pra resolver tudo, eu preciso que seu pai e sua mãe, venham para a escola junto com você amanhã.
No outro dia, tanto o casal, quanto o menino, ficaram sabendo que o homem da prestação tinha na verdade, falado que o pagamento da parcela que julgava em aberto ia ficar por conta do critério da mãe do garoto.
Com a paz de volta ao lar Edu voltou a ser o menino alegre de sempre e a Tia Rosaly tinha mais uma história para arquivar na prateleira da sua existência.
Há dias a professora vinha notando, uma dose acentuada de tristeza no comportamento do Edu. O menino se afastava da turma nas horas das brincadeiras e procurava se isolar dos demais, como se quisesse se refugiar de algo ou de alguém.
Como ele morava numa área considerada de alto risco com relação ao uso e tráfico de drogas, a professora começou a ficar preocupada com o comportamento do garoto que estava perto de completar onze anos de idade, presa fácil para ser conduzida ao mundo dos erros.
Depois de muitas tentativas, a Tia Rosaly conseguiu fazer com que o menino contasse pra ela, o que estava acontecendo ou o que fizeram a ele, para ter sido visto algumas vezes chorando escondido. Já faziam mais de duas semanas que o pequeno Edu tinha mudado completamente o seu comportamento.
- Sabe Tia, se eu fosse grande ia matar o seu Quitério...
- Você não deve nem pode pensar numa coisa dessas.
- Eu penso sim, disse ele choroso.
- O que foi que o seu Quitério te fez de tão ruim, pra você querer matá-lo?
- Ah Tia, ele esculhambou com a minha casa. Comigo num fez nada não, mas meu pai disse que ele fez com a minha mãe.
- Qualquer coisa que ele tenha feito de ruim a vocês tem que ser denunciada a policia. São as autoridades policiais que tem o dever de cuidar dessas coisas.
- Que polícia nada Tia, ninguém encontra ele não, meu pai já procurou que só e nada.
- Afinal, quem é esse seu Quitério?
- Ninguém sabe não, minha mãe jura pro meu pai que não conhece esse homem, mas meu pai num acredita nela e diz que vai embora de casa, mas quando encontrar seu Quitério vai matá-lo.
A professora querendo entender aquela história, cheia de juras de morte, possíveis traições e promessas de abandono de família, continuou sua conversa com o menino Edu, buscando mais detalhes que tornassem claro para ela, aquilo tudo.
- Então Edu, o que seu Quitério fez com a sua mãe?
- Ninguém sabe não. A gente só sabe o que o pai escutou o homem da prestação dizer.
- E o que tem o homem da prestação a ver com tudo isso?
- Oxente Tia, pois é ele que conhece o seu Quitério e foi ele quem fez fuxico lá em casa. Ele disse que voltava, mas nunca mais apareceu.
- E como é que sua mãe conheceu o homem da prestação?
- Porque comprou duas panelas a ele.
- E como botou o seu Quitério nessa história?
- Porque ele queria mais dinheiro da minha mãe e ela disse que não devia mais nada a ele.
- Mais dinheiro? Como assim?
- Ele disse que faltava ela pagar uma prestação e ela disse que pagou todas.
- Sim e depois?
- Aí foi quando começou a confusão, porque ele disse bem assim pra minha mãe: Se você não me pagar vai ficar por conta do seu Quitério. Meu pai ia chegando da rua e ouviu o homem falar isso e já foi logo puxando briga com mãe, dizendo que ela tinha que dizer quem era esse que ia pagar as contas dela.
- Ainda mais Tia, que lá na nossa casa ele não ficava mais enquanto ela não dissesse quem era esse tal de seu Quitério.
A professora respirou aliviada, pegou a mão do menino, fez um carinho de leve e disse: pronto Edu, eu tenho como esclarecer e resolver os problemas da sua casa.
- Então a Tia sabe que é o seu Quitério.
Ela respondeu: sei sim, mas pra resolver tudo, eu preciso que seu pai e sua mãe, venham para a escola junto com você amanhã.
No outro dia, tanto o casal, quanto o menino, ficaram sabendo que o homem da prestação tinha na verdade, falado que o pagamento da parcela que julgava em aberto ia ficar por conta do critério da mãe do garoto.
Com a paz de volta ao lar Edu voltou a ser o menino alegre de sempre e a Tia Rosaly tinha mais uma história para arquivar na prateleira da sua existência.
2 comentários:
Essa é muito boa, Zé!!! Essa eu já conhecia e foi uma surpresa encontrá-la aqui com a mesma essência do dia em que vc a contou!
Um beijo!
kkkkkkk
Pai, a história está ótima... melhor ainda é que tudo ficou ao seu Quitério!!!
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