sexta-feira, 19 de junho de 2009

QUEM DERA

Zé da Feira

Quem dera meu Deus, quem dera!
Ver meu povo com alegria,
Convivendo com a paz,
De mãos dadas, com harmonia;
Sem a castração de assistir,
A violência tingir,
De sangue seu dia a dia!

Quem dera ver minha terra
Do medo se libertar,
E ver com tranquilidade
O povo poder andar,
Pelas ruas livremente
E aqui só morrer gente
Quando Deus mandar buscar!

Quem dera ver as crianças
Realmente assistidas.
Com saúde, casa, escola,
Alimentadas e nutridas;
Para não ter a dura sorte,
De ter que encarar a morte,
Sem conhecer nem a vida!

Quem dera ver o camponês
Lavrar a terra e plantar,
Semeando a semente
Para ela germinar;
Dando a mais singela prova,
Que sempre uma vida nova
A terra pode gerar!

Quem dera ver a natureza
Como uma mãe respeitada,
Distribuindo amor,
Sendo pelos filhos amada;
Dando vida e vivendo
Sem ter que viver sofrendo,
Assim tão violentada!

Quem dera ver minha gente
Longe de tão negro abismo,
Poder ver em cada rosto
Espelhar o otimismo.
Quem dera ver meu país,
Sorrir contente e feliz,
Livre do analfabetismo!

Quem dera que tantas guerras,
Não existissem jamais!
Que brotasse aqui na terra
Um sentimento fulgaz,
De amor e de felicidade,
Para que a humanidade
Pudesse viver em Paz!

* Estes verso foram escritos em 1984.

2 comentários:

Janine disse...

Versos escritos em 84 mas tão comtemporâneos...
adoro ler seus versinhos Feitosa!

Papel A4 disse...

Lindooo! adorei Feitosaaaa, como sempre você usa as palavras de uma maneira brilhante, Beijos



(Alana Berto)