O homem estava debruçado sobre o meio fio, com metade do corpo no asfalto. Na rua, a pequena multidão de curiosos se acotovelava para ter uma visão privilegiada de uma cena nada agradável, era mais um assassinato cometido em plena luz do dia, na presença de várias pessoas, mas como outros crimes, sem nenhuma testemunha, apenas cercado por gente que brinca de ver a morte, como se a vida não tivesse nenhum valor.
A polícia, que na hora dos crimes nunca está presente, isolou o trecho da rua numa extensão de duas esquinas. Eram soldados do Bope e da Radiopatrulha, armados até os dentes, para tomar conta do morto, como se ele fosse escapar, coisa que não conseguiu em vida. Entre as pessoas presentes, os mais diferentes comentários sobre o crime, mas nenhuma testemunha.
Mães trouxeram os seus filhos para verem aquela cena, como se fosse a coisa mais natural do mundo. Afinal, era apenas mais um corpo crivado de balas, que tombava em plena via pública. O vendedor de picolés aproveitava para faturar alguns trocados a mais. Lá estavam também, o entregador de gás, o motoqueiro da pizza e tantos outros que deveriam estar cuidando dos seus afazeres. Mas lá, também estávamos nós, eu e a minha parceira de pautas colhendo detalhes sobre aquele assassinato, na verdade, mais uma execução, que provavelmente, entraria para lista dos crimes não esclarecidos, entre os muitos dos que acontecem com muita frequência em Maceió.
Não gosto de fotografar cenas desse tipo, preferia estar no Trapichão fotografando CSA e CRB, mesmo sabendo que não estaria fazendo o registro de uma partida de futebol, mas sim, de uma grande “pelada”, onde a polícia entraria em campo e roubaria a cena, com direito a brincar de soltar bombas de gás lacrimogêneo e borrifar gás pimenta, naqueles que se dizem jogadores de futebol. E na saída do estádio ainda ter que presenciar a tal Mancha, manchar com um vandalismo incontrolado uma noite que tinha tudo para ser do esporte.
Tudo isso eu comentava com a minha pequena parceira, que se encontrava entre o estágio na Gazeta de Alagoas e a correria para terminar o seu TCC, No entanto, notei que ela só prestava atenção no que eu falava, acho, que muito mais por consideração, pois, na verdade eu misturava tudo, parece até que devaneava. É que apesar de já estar a tanto tempo exercendo a profissão de repórter fotográfico, felizmente, ainda não me acostumei com essas cenas de tragédias e crimes.
Daquele local saímos para fazer a cobertura da prisão de um deputado...
A polícia, que na hora dos crimes nunca está presente, isolou o trecho da rua numa extensão de duas esquinas. Eram soldados do Bope e da Radiopatrulha, armados até os dentes, para tomar conta do morto, como se ele fosse escapar, coisa que não conseguiu em vida. Entre as pessoas presentes, os mais diferentes comentários sobre o crime, mas nenhuma testemunha.
Mães trouxeram os seus filhos para verem aquela cena, como se fosse a coisa mais natural do mundo. Afinal, era apenas mais um corpo crivado de balas, que tombava em plena via pública. O vendedor de picolés aproveitava para faturar alguns trocados a mais. Lá estavam também, o entregador de gás, o motoqueiro da pizza e tantos outros que deveriam estar cuidando dos seus afazeres. Mas lá, também estávamos nós, eu e a minha parceira de pautas colhendo detalhes sobre aquele assassinato, na verdade, mais uma execução, que provavelmente, entraria para lista dos crimes não esclarecidos, entre os muitos dos que acontecem com muita frequência em Maceió.
Não gosto de fotografar cenas desse tipo, preferia estar no Trapichão fotografando CSA e CRB, mesmo sabendo que não estaria fazendo o registro de uma partida de futebol, mas sim, de uma grande “pelada”, onde a polícia entraria em campo e roubaria a cena, com direito a brincar de soltar bombas de gás lacrimogêneo e borrifar gás pimenta, naqueles que se dizem jogadores de futebol. E na saída do estádio ainda ter que presenciar a tal Mancha, manchar com um vandalismo incontrolado uma noite que tinha tudo para ser do esporte.
Tudo isso eu comentava com a minha pequena parceira, que se encontrava entre o estágio na Gazeta de Alagoas e a correria para terminar o seu TCC, No entanto, notei que ela só prestava atenção no que eu falava, acho, que muito mais por consideração, pois, na verdade eu misturava tudo, parece até que devaneava. É que apesar de já estar a tanto tempo exercendo a profissão de repórter fotográfico, felizmente, ainda não me acostumei com essas cenas de tragédias e crimes.
Daquele local saímos para fazer a cobertura da prisão de um deputado...
2 comentários:
Lembro muito bem desse dia. Se bem que essa é uma cena tão comum na nossa cidade, seu relato pode até ser de outra ocasião... É realmente triste ver como a morte não tem valor algum para as pessoas. Lembro-me como agora dos policiais nervosos com tanta gente em cima.
"Curiosos, por favor, saiam de perto!", eles falavam algo assim.
Os olhares curiosos das crianças foram a pior parte. Desde quando as mães têm que ensinar a morte aos seus filhos mostrando um assassinato?
Triste, triste!
olha só quem é blogueiro tb... rsrsr
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